O mercado imobiliário brasileiro conseguiu crescer mesmo diante do cenário de juros historicamente altos. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as vendas de imóveis no país aumentaram 15% no primeiro semestre de 2025, acompanhadas por um ritmo consistente de novos lançamentos.

O avanço reflete o aumento da renda das famílias e a força do programa Minha Casa, Minha Vida, que respondeu por 47% das vendas no período. A combinação desses fatores tem permitido que mais brasileiros avancem na conquista da casa própria, mesmo com o custo elevado do crédito habitacional.

Consórcio imobiliário em ascensão

Além do financiamento tradicional e dos programas governamentais, o consórcio imobiliário vem se consolidando como alternativa de longo prazo para quem deseja adquirir um imóvel. Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que as vendas de cotas cresceram 41% entre janeiro e abril de 2025, alcançando 2,25 milhões de participantes ativos.

Esse formato tem atraído especialmente os mais jovens, que demonstram maior atenção ao planejamento financeiro e à disciplina necessária para investir em etapas. O avanço da digitalização das administradoras também tem contribuído, ao oferecer mais clareza sobre prazos de contemplação, taxas de administração e condições de uso das cartas de crédito.

Mudança de perfil e novos hábitos

Especialistas apontam que há uma transformação em curso no comportamento do consumidor brasileiro. Mais atento à previsibilidade e ao controle financeiro, parte desse público enxerga o pagamento das parcelas do consórcio como uma forma de educação financeira na prática.

No mercado como um todo, a expectativa é de continuidade do crescimento em 2026. A CBIC projeta que o Minha Casa, Minha Vida seguirá como principal motor das vendas, mas observa que ainda há espaço relevante a ser ocupado por iniciativas privadas. Já para a ABAC, o momento é de consolidação dos consórcios como instrumento de investimento de longo prazo, acompanhando a maturidade dos consumidores e a modernização das administradoras.